Rosa Graça Lima Barreto Domingues é Administradora de Empresas e Pedagoga. Especialista em Política e Estratégia e em Gestão Estratégica de Pessoas. Cursa MBA em Planejamento, Orçamento e Gestão Pública pela FGV/ISAN.

Boas organizações, públicas e privadas, possuem uma característica que se destaca: são contínuas em suas práticas gerenciais! Ops! Mas ser contínuo, repetitivo não é negativo? Se for no casamento, pode ser, mas se for na busca da excelência naquilo que fazemos, não. Como assim? Bem, vamos esclarecer exemplificando: façamos de conta que você é um garroto mirrado nascido em Mogi das Cruzes, São Paulo, em 1992. Franzino, leva sucessivos e doloridos tombos tentando aprender a jogar futebol. Parece que você nasceu para a coisa mas a natureza não lhe deu as condições físicas necessárias: ser forte, alto etc. Bem, nem tudo está perdido, você dificilmente será um grande zagueiro mas, que tal tentar ser um grande driblador, por exemplo. Grandes dribladores geralmente se tornam craques no futebol. Foi o que ele fez. Seu nome: Neymar da Silva Santos Júnior, atacante e genial.

Pois é, tudo parece tão fácil para ele não é mesmo? Como consegue ser avassalador no campo sendo tão mirrado, mesmo agora? Simples: repetir, repetir, repetir os movimentos do drible até que eles se tornem “azeitadinhos”: continuidade. Pois bem, isto também precisa ocorrer para que você perca peso, melhore a saúde, alcance metas, vença premiações etc, como também para que uma organização se torne modelo para outras pela qualidade de suas práticas: benchmarck.

Continuidade é palavra que tem relação direta com a Matemática significando algo regular e sem quebra. Virou jargão técnico na área da gestão, significando que a aplicação de uma prática se dá de forma periódica (para descobrir a periodicidade é preciso fazer a seguinte pergunta: de quanto em quanto tempo a prática se repete?) e ininterrupta (desde quando a prática acontece?).

Mas o que é mesmo uma prática? Vamos esclarecer com foco na gestão: práticas de gestão são atividades executadas com a finalidade de gerenciar uma organização e que são executadas com base em padrões de trabalho. As práticas são também chamadas de processos, métodos ou metodologias de gestão. (Gespública, adaptado)

E padrão de trabalho, dá para esclarecer o que significa? Consultando o dicionário veremos que padrão é um modelo feito para facilitar o estudo do original. É um modelo reduzido, uma reprodução em pequena escala. É aquilo que serve de objeto de imitação, que é próprio para ser imitado. Se aplicarmos a definição de padrão de trabalho ao campo da gestão concluiremos que estes são regras ou qualquer meio que orientem a execução das práticas gerenciais. Ex: diretrizes organizacionais, procedimentos, rotinas de trabalho, normas administrativas, fluxogramas, quantificação dos níveis que se pretende atingir etc.

Superado o momento das definições vamos então ao nosso tema: descontinuidade, uma praga nacional. Até me pergunto se seria preciso falar algo mais, vez que o Brasil é a cara da descontinuidade em suas organizações públicas e privadas. As ações geralmente são reativas e a ausência ou inutilidade dos planos é visível à todos, não somente aos acadêmicos, piorando as consequências danosas.

Você, diga-me, quais das “inovações” executadas há três anos na organização onde você trabalha ou lidera ainda são realizadas? Não lembra? Pois bem, não há de lembrar mesmo, porque é certo que a maioria delas não se repetiram. Outras atividades “geniais” foram implantadas. E os resultados, Ó! Pois é, onde está a novidade?

Podemos concluir afirmando que os nossos líderes não são capacitados para a gestão e não formam sucessores, mas este é um tema bem interessante. Que tal conversarmos sobre o assunto em um próximo artigo?

Quer fazer a sua parte para melhorar a gestão pública no Brasil? Faça a adesão da organização que você lidera ao Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização, Gespública. Seja voluntário do Núcleo da Excelência Pública no Maranhão. Gestão neles Brasil! 

Até a nossa próxima conversa!

Fonte: Rosa Graça Lima Barreto – Administradora de Empresas e Pedagoga